No dizer dos mais influentes antropólogos, as grandes manifestações do espírito humano têm como fundamental objectivo a antecipação(1). O tempo passa a existir como conceito no preciso momento em que no Homem(2) se engendra a capacidade para pensar o devir. Deixa, portanto, de se preocupar com o passado como objecto de sustentação e passa a usá-lo como elemento de aprendizagem e gerador de correlações que possam em cada momento apontar diagramas existenciais com significado(3), e geradores inequívocos de premonição. É neste caldo criativo que em tempos muito remotos de uma pré-pré-história ocorrem as primeiras eclosões de substancial amadurecimento da anunciação(4) e da previsão metafísica.
Muito antes de alguns povos orientais começarem a olhar ingenuamente para o céu à procura de sinais que os determinassem, lhes dessem consistência e, de alguma forma os orientassem(*) o povo Vêgrético, em plena Ásia Menor(**), desenvolvia aturados e proficientes estudos sobre a influência das leguminosas(5) nos desempenhos artístico, cognitivo, sexual, afectivo, olfactivo, auditivo, filosófico, odontológico, etc. Sabe-se que estes estudos se foram desenvolvendo durante milhares de anos, enquanto a Ásia crescia. Infelizmente, porque se estava ainda na pré-história(6), todo esse acervo intelectual se perdeu, tendo restado apenas a informação que foi sendo transmitida de forma oral. O discreto povo Vêgrético que entre o século XXX a.C. e o século XV d.C. migrou aos ésses através de todo o continente Euro-Asiático, deixando influências muito colunáveis(***) mas mantendo em grande segredo(7) as suas práticas mais heterodoxas.
Neste trabalho de investigação que aqui inicio a publicação vou, ao longo das próximas semanas, dar-vos conta de alguns elementos da civilização Vêgrética e de como essa sabedoria acumulada pode ser usada hoje - mais do que nunca - na criação de uma sã e equilibrada vivência.
(* daí o nome de orientais)
(** assim chamada na altura porque ainda estava em crescimento)
(*** é extraordinariamente remota a utilização de colunas pelos Vêgréticos para se encostarem pensativamente)
(1) - Pinto, Margarida Rebelo: Talvez haja coincidências
(2) - Mourinho, José: The special Toe
(3) - Coelho, Eduardo Prado: A razão é a minha profissão
(4) - II, João Paulo: Encíclica Laborum Cansa
(5) - Goucha, Manuel Luís: Onde está o nabo?
(6) - Matttoso, José: A pré-pré-história dos Vêgréticos
(7) - Brown, Dan: O código dá vício Umbelina